terça-feira, 20 de outubro de 2015

Autismo, obsessões



Entre muitas obsessões dos meus filhotes está a paixão por calçados, são completamente obcecados, por todos os modelos, não são exigentes e desde que lhe caibam nos pés já ficam imensamente satisfeitos... por isso já imagina o tamanho do meu problema quando vou lhes comprar sapatos, primeiro tenho que levar um de cada vez senão os dois me enlouquecem na loja, depois só experimento quando tenho a certeza que serve e que é o modelo que quero porque raramente consigo tirar dos pés, geralmente escolho, experimento, pago e eles já levam no pé, e já sei que vão passar o resto do dia com aquele calçado e também vai dormir com ele e talvez ainda vão passar dias com ele no pé e se eu conseguir tirar pra tomar banho já é lucro rsrsrsrsrs....
Não é exagero, é mesmo assim, talvez as pessoas que não conhece esse jeito diferente dos autistas pensem: mas isso é um exagero, tem que contrariar e tirar o raio do calçado! mas eu posso dizer que não é simples assim, é preciso ter muito cuidado quando se contraria um autista, principalmente quando ainda não está estabilizado, são muito sensíveis a tudo e precisam do seu tempo, claro que não vou deixar eles fazerem tudo que querem, são crianças e precisam ser educados mas a nível dessas pequenas particularidades como a paixão exagerada por calçados prefiro deixa los a vontade do que correr o risco de  terem uma crise de ansiedade e retraírem passos que demorei dias ou meses para ultrapassar...  
Já passei por isso muitas e muitas vezes, tudo corria bem e bastava uma crise para o Mateus recuar com tudo aquilo que já tinha voltado a comer... imagina meu desespero vendo uma criança com mais de três ano passar meses só a leite...
A ultima vez que estive numa loja foi na Nike do Strada, entrei, escolhi coloquei no pezinho dela e pronto, vendo o tamanho do entusiasmo nem me atrevi tirar o calçado do pé, falamos com a Gerente e ela foi impecável, mas quando chegamos no caixa o atendente que ali estava já não foi tão impecável, pediu pra tirar, explicamos a situação e ele insistiu, disse que tinha que ver o tênis e mais uma vez explicamos, na terceira vez que ele pediu pra tirar o Marco alterou a voz e perguntou, se eu tirar o tênis você se responsabiliza por uma eventual crise que ela possa ter?
Claro que a conversa mudou de rumo... resultado, saímos da loja ela apaixonada pelo tênis, passou dois dias com ele nos pés e não alterou em nada a nossa rotina enquanto que se estivéssemos tirado dos pés e ela tivesse tido uma crise de ansiedade, mudaria a rotina e provavelmente eu passaria o resto da semana em casa tentando estabiliza la...

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