domingo, 20 de setembro de 2015

A recuperação do Mateus e uma nova suspeita

A mais ou menos três anos atrás fomos a festa de noivado do meu irmão com a minha cunhada, sabendo como o Mateus reagiria ao entrar numa casa cheia de gente, ambiente barulhento e fechado tentamos prepara lo ao máximo para essa hora, assim que lá chegamos a musica foi desligada, as pessoas mantiveram silencio por alguns minutos e assim conseguimos que ele conseguisse se habituar ao ambiente, tudo aos poucos e com a ajuda de todos vencemos aquele momento...
Ontem fomos ao chá de fraldas do meu sobrinho que está quase chegando, me chamou a atenção estar novamente naquela situação, os mesmos convidados e o mesmo ambiente festivo...
Um misto de sentimentos tomou conta de mim, o Mateus entrou, falou com todos, andou por todo lado, interagiu e se integrou totalmente ao ambiente, aquilo fez de mim a mãe mais feliz e orgulhosa do mundo....
Ao contrario da Beatriz que teve uma reação que já esperávamos já que a principio também está dentro do espectro do autismo, ficou nervosa, chorava muito e tremia, estava em panico, cheguei a pensar em ir embora mas precisava tentar que ela se habituasse ao ambiente, estivemos no quarto  mais ou menos uma hora na presença de pessoas da família, avó, tio, tia, pai, irmãos... consegui tira la do quarto e leva la pra fora e depois novamente para dentro de casa junto a porta aberta já que vi ali um canto  que ela julgava estável, fora da bagunça e perto da saída.... 









Eu sou uma pessoa muito detalhista e talvez isso tenha ajudado no diagnostico do Mateus porque mesmo quando todo mundo dizia que ele era uma criança dentro do normal  eu já sabia que não era, demorou muito para que conseguíssemos o diagnostico e quando ele veio eu já sabia do que se tratava...
O Mateus tem hoje 6 anos e 11 meses, teve o diagnostico aos 3 anos e 4 meses e eu já batia nessa tecla desde que ele tinha 1 ano e 6 meses....
Pensando  no tempo que perdemos entre a minha desconfiança e o diagnostico decidi alertar os médicos desde o primeiro sinal que a Beatriz apresentou, mais ou menos aos 5 meses, como era o esperado não me deram ouvidos, esperamos que ela desse mais alguns sinais ou que esses não aparecessem mais, continuaram a surgir, movimentos repetitivos, interesse, obsessão por objetos, rituais, manias....
O diagnostico de autismo é algo complicado sobre tudo quando a síndrome é branda como foi no caso do Mateus e como pode estar sendo agora com a Beatriz.
Segundo as explicações que já ouvi de vários profissionais, os meu filhos tem uma especie de autismo de alto funcionamento, quer dizer que não tem a inteligencia afetada pela síndrome, é ao contrario, são crianças  muito inteligentes, isso explica o primeiro sinal que notei no Mateus e também na Beatriz, o interesse por letras, símbolos, e coisas que crianças "normais" não se interessariam como placas de carros e marcas de produtos etc...
Noto traços bem marcantes, típicos da síndrome na Beatriz, como ter um interesse que chega a ser uma obsessão por todos os utensílios de limpeza, vassoura, pá, esfregona, piaçava, esponja e pano de limpeza, a obsessão por calçados e a fixação por determinado tipo de roupa.
Beatriz é acompanhada desde os doze meses e até agora já passou por duas avaliações que não apontaram nada, seus traços, suas manias, obsessões e agora esse desconforto por lugares públicos, cheios e barulhentos são disfarçados pela sua inteligencia, ou seja é a minha palavra contra 30 minutos de observação em cada avaliação, claro também tem a profissional que chamamos visitadora do lar que vem acompanhar seu desenvolvimento uma vez por semana que por sinal também não vê nada além de traços e particularidades tipicas do autismo mas que ainda não provam nada.
Eu compreendo que ainda é cedo e que um diagnostico nesse caso é bastante complicado mas também tenho que lutar pelas suspeitas que vem do meu coração de mãe afinal se eu não tivesse lutado o Mateus também passaria desapercebido e não teria direito a toda a ajuda que teve, por isso até que eu tenha certeza de que está tudo bem com ela, eu lutarei até o fim para que ela seja acompanhada e se eu ver que ela não tem o autismo serei a primeira a comemorar, pois embora o Mateus seja uma das melhores coisas que já nos aconteceu eu nem em sonho gostaria de ver mais um filho passando por toda essa luta novamente.






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